sábado, 19 de junho de 2010

A PAIXÃO COMO MEIO DE TRANSFORMAÇÃO:

Por Rabino Yakov Phynes
Felizmente, a visão convencional, que apela à supressão da energia sexual ou da serpente, deve ser reexaminada à luz do pensamento cabalístico. A Torah nos dá uma visão bastante poderosa daquilo que pode ser nossa energia primal, si podemos elevá-la novamente e canaliza-la na boa direção. Releiamos, neste sentido, o encontro de Moshe e de D-eus na forma de sarça ardente; ele recebeu a ordem de deixar cair seu bastão no chão e de elevá-lo novamente (Shemot 4, 3-4).


Aí está o símbolo do Tikun ou da reparação dos estilhaços dos vasos, necessário para una evolução espiritual verdadeira. Em seu estado de queda, a Torah nos diz que o bastão era uma serpente, que fazia medo a Moshe, mas que, uma vez elevado, ele se torna o bastão de D-eus, pelo qual Moshe realiza milagres (Zohar I 27ª). Isto nos ensina que quando nossas necessidades primárias são reprimidas, nós não temos controle sobre elas; enquanto que se nós as elevamos, as mesmas paixões são elevadas e transformadas e D-eus opera milagres através de nós (Keter Shem Tov 69).


A idéia é simples, mesmo simplista: canalizando nossas paixões para o alto, em direção às esferas espirituais, é assim que podemos transformar um potencial destruidor em uma coisa santa e boa. Entretanto, nossos sábios, de memória abençoada, nos advertem que, sendo mal dirigidas, nossas paixões nos levam à irresponsabilidade e podem revelar-se perigosas. As paixões devem então ser guiadas pelo elemento ar (intelecto), antes de poderem ser transformadas e concretizarem o fogo (espiritualidade), pela utilização do modelo cabalístico dos quatro elementos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário