sábado, 19 de junho de 2010

Controlar os seus sonhos...(Zohar:)

“O Zohar nos ensina diferentes meios a fim de mudar a qualidade dos sonhos; meios que devem ser utilizados antes do sono, para que sejam eficazes”.


“Contemplação e introspecção: cada manhã nós somos renovados – nossas almas são tais que uma nova criação. A fim de ajudar a re-criação da alma, é necessário examinar atentamente, em nossos espíritos, os acontecimentos do dia; examina-los de maneira crítica, tentar expurgar os elementos negativos. O tudo é permanecer honesto consigo mesmo e nada esconder a si próprio. Dormir com um espírito claro mais calmo, não se deve fixar os problemas no nível da consciência neste momento próximo ao adormecer. Deve-se simplesmente passa-los em revista. Colocar então suas questões. Segundo o Zohar, estas questões encontrarão respostas em seus sonhos.”

“A prece e a meditação: podemos utilizar diferentes letras à noite, antes de dormir. Pode-se, ou seja, vibrar, ou simplesmente meditar sobre estas letras, que atrairão então as energias adequadas, às quais atrairão as energias adequadas a que estão ligadas durante o sono. Além disto, as letras ajudarão a alma a elevar-se nas esferas superiores, a fim de receber a mensagem esperada. Pode-se também utilizar a oração cabalística: “Sh’ma Ysrael, Hashem Elokeinu, Hashem Echad”. É o Sh’ma que é a prece da unificação com D-eus. Ela é bastante poderosa como ajuda para entrar em contacto com as esferas superiores. Pela meditação sobre esta oração e sobre as suas letras, permitimos à nossa alma de conectar-se à Fonte, facilitando, assim, a viagem da alma durante o sono.”

Os ‘she’eloth halom’, ou as questões formuladas no sonho são um conjunto de técnicas que visam responder a uma questão por um verso da Bíblia. Interpreta-se o verso segundo o conteúdo do sonho e da questão.”

“O cabalista Rabbi Isaac ben Samuel de Acre nos conta o seguinte: “eu, o jovem Isaac de Acre, dormia em meu leito e, no final da terceira guarda, uma questão maravilhosa me foi respondida por sonho, uma verdadeira visão como se estivesse acordado, como se segue: ‘você será perfeito com o Senhor seu D-eus’. Rabbi Isaac observa então toda uma série de combinações de palavras e seus equivalentes numéricos, que se referem ao nome divino YBQ e ‘pensa nas letras do Tetragrama quando elas são pronunciadas, em ruminação conceitual, intelectual e não em uma via que chega à garganta pelo coração…’ (Sefer Ozar Hayim, MS Moscou – Guensburg 775, fólios 100b – 101a).”

“O cabalista aprende, pelos sonhos, a técnica para obter respostas às questões colocadas nos sonhos. Ele deve pronunciar as letras dos nomes divinos que encontramos nos versos bíblicos e cujas letras estão permutadas. Uma vez que a pronunciação do Tetragrama é proibida, pronunciam-se as permutações e as combinações de letras com outras letras diferentes das do Tetragrama. Esta técnica é bastante similar à de Abulafiah, cujo sistema é inteiramente baseado nas permutações dos nomes divinos (tzeruf), sobre as suas meditações (hitchbodedut), no seio da cabala extática ou cabala dos nomes divinos. Mesmo que Abulafiah não tenha recorrido à técnica dos sonhos, há pontes entre suas práticas e aquelas que visam a profecia onírica.”

“Segue o que Abulafiah escreve em seu Sefer Hayie Olam ha-Ba: “A outra parte (da ciência da tradicional da cabala) consiste no conhecimento de D-eus por meio das 22 letras, pelas quais os Nomes Divinos e os Selos (hotamoth ou combinações diferentes das letras do Tetragrama) são compostos, com suas vogais e os signos de cantilação. Eles (nomes divinos e selos) “falam aos profetas nos sonhos, nos Urim ve-Tumim, no Espírito Santo e durante as profecias”.

“Um outro exemplo de prática onírica de she’elat halom é dado pelo cabalista Hayim Vital, que recomenda: “você ira ao leito, rezará a ‘que Sua vontade seja’ e utilizará as pronunciações dos nomes divinos escritos diante de você, assim como dirigirás seu pensamento à sua questão, seja para descobrir um problema ligado a um sonho e às coisas futuras, seja para conseguir qualquer coisa que deseja e, em seguida, coloque a questão” (Ketavim Hadashim, Rabbi Hayim Vital (Jerusalém 1988), p.8).”
“Em outro lugar, este cabalista propõe uma técnica de visualização de cores, a fim de alcançar a resolução de questões colocadas nos sonhos: “Visualize o que está acima do firmamento ‘de Aravot’, há uma grande cortina branca sobre a qual está inscrito o Tetragrama, em escritura assíria, com certa cor… e as grandes letras lá estão inscritas, cada uma tão grande como uma montanha. E você deve imaginar em seus pensamentos que coloca sua questão, ou elas colocarão seu espírito em sua boca, ou você adormecerá e elas responderão como em um sonho”.

“E, para terminar com Isaac de Acre, deve-se observar que ele utilizava frequentemente a expressão ‘nim velo nim’ que significa ‘estado de vigília e de não vigília’, para exprimir o estado em que ele se encontrava durante suas práticas oníricas. É nestes estados intermediários de consciência que suas revelações lhe foram dadas e é plausível de ver neste tipo de prática uma influência sofista (segundo Moshé Idel em Os cabalistas da noite, edições Allia).

“Outra técnica elaborada sobre os textos místicos hebraicos é o choro místico. Ou seja um esforço para se obter um resultado direto de um choro que é provocado. O resultado buscado vai da consciência total à visão, passando pela revelação profética.”
“Eis aqui uma história tirada de um midrash (kochelet Eclesiastes Rabbah 10:10), que dá um exemplo do choro místico, como procedimento onírico para se obter percepções ou comunicações paranormais: “Um dos estudantes de Rabbi Shimon Bar Yohai havia se esquecido do que havia aprendido. Em prantos, ele foi ao cemitério. Por causa de seus grandes prantos, Rabbi Shimon foi até ele em sonho e disse: ‘quando você se lamenta, jogue três ramos e eu virei’. O estudante foi a um intérprete de sonhos e lhe contou o que tinha acontecido. Este lhe respondeu: ‘repita o seu capítulo (o que tinha aprendido) três vezes e você se lembrará’. O estudante procedeu assim, e recuperou a memória do que havia aprendido.”

“A correlação entre os prantos e a visita ao cemitério parece estar em relação a uma prática destinada a induzir uma visão. A técnica é o conjunto formado pelos prantos, a visita ao cemitério e o adormecimento, que conduz o personagem a obter uma visão ou um sonho profético.”


“A técnica consistindo em utilizar os prantos, a fim de se obter uma visão, é um tema desenvolvido por Abraham haLevy Beruchim, um dos discípulos de Luriah. Segundo ele, a primeira condição do trabalho é o silêncio, seguido por ‘todas suas preces, em cada hora do estudo, em um lugar difícil (para o estudo), que você não pode compreender e apreender senão pela ciência propedêutica ou por algum segredo; então, derrame as lágrimas mais amargas e, quanto mais você chora e se lamenta, faça-o. Aumente suas lamentações, enquanto as portas das lágrimas não estejam fechadas e que as portas superiores estejam abertas’ (MS Oxford 1706, fólio 494b).”

“Hayim Vital diz a este respeito: “em 1566, na véspera de Shabat, no oito de Tevet, recitei o Kidush e sentei-me para comer; e os olhos deixaram rolar lágrimas, e eu estava triste em seguida… que eu estava ligado pela feitiçaria… e me lamentava por causa da minha negligência da Torah durante os dois últimos anos… e porque estava preocupado, não comia absolutamente nada; e eu me repousava em meu leito sobre o ventre, me lamentando, e caí adormecido de tanto me lamentar e sonhei sonhos maravilhosos” (Sefer Ha-Hezyonot (Livro das Visões) , edição A. Z. Aeshcoli (Jerusalém 1954), p. 42).”


 “É curioso observar que a palavra Halon, que significa janela, está igualmente relacionada à noção de abertura, abertura para o interior do ser, ou para o que é exterior. Nos dois casos, o espaço humano ganha em profundidade e em altura”.


































































































Um comentário:

Unknown disse...

como faço para comprar esse livro Sefer Ha-Hezyonot Livro das Visões e gostaria de saber se tambem tem traduzido em portugues obrigado

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