As palavras do alfabeto hebraico são lidas da direita para a esquerda, e as letras também são números. Assim, o Alef, a primeira letra, corresponde também ao número 1. Isso, por si só, implica numa linguagem universal de significado matemático, que serve a todos.
Os cabalistas da Idade Média e do começo da Renascença entenderam a a energia das letras e acreditaram que deviam divulgá-las para toda a humanidade, pois não eram propriedade de um povo apenas. De fato, não devemos encarar essas letras como os outros alfabetos, pois existe uma diferença enorme. Elas falam diretamente à nossa alma... a forma evoca forças poderosas, que existem no interior de todos nós. O DNA da Criação.
Os olhos são as janelas da alma...
Em cada ser humano, quatro letras comuns (A, C, G, T) representam as bases químicas que compõem nosso código genético, e formam os “degraus” das moléculas espiraladas em forma de escada que conhecemos como DNA. As seqüências dessas letras combinam-se para criar o conjunto de instruções que constrói o ser humano, em todos os seus aspectos. Isso é o que ensina a genética, uma ciência relativamente recente.
Os cabalistas nos ensinam que cada uma das 22 letras hebraicas representa uma força de energia particular, semelhante ao DNA. De acordo com a Cabalá, assim como cada ser humano é constituído do alfabeto genético de quatro letras, encontrado em nosso DNA, o Universo também é construído por um alfabeto de 22 letras, encontrados nas letras hebraicas. Não apenas os seres humanos, mas toda a matéria física é formada por esse DNA espiritual.
“As letras do Alef-Beit (alfabeto hebraico) são os tijolos e a argassa de nosso Universo, e dos indivíduos, com suas habilidades pessoais.”
Da mesma forma que um prisma divide a luz solar em sete cores básicas, cada uma bem diferente da luz branca que a originou, e ao mesmo tempo fazendo parte dela, as letras aramaicas são como 22 “cores” diferentes, através das quais podemos perceber a divindade em nosso mundo material. Formam os tijolos da criação, através dos quais tudo foi formado.
Assim, o Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio) escrito por Moisés, não é uma coleção de histórias, nem um documento da história humana, mas um projeto genético que esquematiza as forças espirituais da vida. Usando a Cabalá como chave, podemos penetrar no nível genético do Pentateuco (Torá).
“As vinte e duas letras sagradas são forças espirituais, profundas e primitivas. São, na verdade, a matéria prima da Criação. Quando o Eterno as combinou em palavras, frases e ordens, elas produziram a Criação, traduzindo a vontade do Criador em realidade.” “Cada rearranjo da ordem das mesmas letras resulta numa mistura diferente das forças cósmicas espirituais representadas por elas, assim como cada rearranjo dos átomos conhecidos, tais como hidrogênio e oxigênio, pode produzir água potável ou água oxigenada. Existe um número infinito de combinações possíveis, tanto nos átomos quanto nas letras.”
“A combinação das letras, conforme formuladas pelos mestres espirituais que compuseram as orações, possui o poder de elevar forças espirituais além de nossa imaginação.”
Isso tudo foi uma introdução para apresentar a idéia de “escanear” as letras hebraicas, uma das ferramentas mais importantes da Cabalá. A palavra escanear aqui é usada com seu significado habitual, da informática: deixamos que nossos olhos “varram” as letras, da direita para a esquerda, linha após linha, como um scanner ou “leitor óptico”, desses usado em supermercados.
E assim como um scanner, não precisamos entender o que lemos para obter os benefícios. É uma energia suprarracional.
Os olhos são as janelas da alma...
Através deles, a energia das letras passa ao nosso interior, diretamente para a alma, sem que seja necessário o entendimento das palavras. A velocidade não importa, nesse caso, pode ser bem rápido, com ou sem o dedo indicador para guiar.
Quando passamos os olhos pelo texto da Torá, ou de alguma bênção, ou dos 72 Nomes, obtemos o efeito espiritual sem necessidade de raciocínio ou entendimento, (não é necessário saber hebraico).
Um comentário:
maravilhoso o texto.
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